"E você, como anda?", perguntou ele mais uma vez.
Eu ando incerta. Ando insegura. Ando meu insone, meio sonolenta. Meio vazia. Ando um pouco sem vontade de fazer o que tem de ser feito. Ando com vontade de ficar mais na minha, menos na dos outros. Ando seguindo o que todo mundo fala, sabe?, de "cuidar da minha vida". Eu ando saindo de casa sem guarda-chuva de propósito. Eu também andei esquecendo o casaco. Ando tentando escrever menos roteiros e "ir com o fluxo". Ando falando mais devagar, eu sei o quanto isso te irritava, de eu "não falar compassadamente". Ando indecisa. Ando indefesa. Mais, pra compeçar todos esse "in", ando mais direta, e, consequentemente, ando mais insensível. Ando incansável. Ando cansada de hipocrisia, falsidade. Ando meio cansada de tudo. Ando querendo de menos e tendo de mais. Ando lendo mais do que o normal. Ando assistindo menos filmes, o mesmo aconteceu com as séries. Ando aprendendo mais com o simples. Ando observando mais. Ando esquecendo menos meus óculos. Ando menos tagarela. Ando mais de cabelo preso. Ando mais descalça. Ando com o fone de ouvido o tempo todo, como sempre. Ando tentando fazer as coisas certas. Ando dormindo mais na sala do que no quarto. Ando acordando com o sol na cara. Ando pintando mais a unha do pé do que a da mão. Ando sendo aleatória demais. Ando bem irritante. Ando bem crível. Ando, ah sei lá, andando por aí, meio sem propósito, meio sem expectativa. Mas acima de tudo, ando bem, eu acho...
"Não sei como ando, mas sei que ainda não aprendi andar em linha reta...", apenas respondi
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